Isabela Tafner
há 2 meses atrás
há 2 meses atrás

Catedrais Italianas: uma viagem pela beleza e pelo tempo

A Itália nos ensina que o tempo pode ser matéria de construção. Em uma recente viagem em família, percorremos algumas das principais cidades italianas: Milão, Veneza, Florença, Roma e Bolonha em cada uma delas, fizemos questão de visitar suas grandes catedrais.

Foi um roteiro que nos levou por verdadeiras obras-primas da arquitetura religiosa europeia. Catedrais que não são apenas monumentos, mas narrativas em pedra, mármore e luz, e que deixaram em nós muito mais do que registros fotográficos: deixaraminspiração estética, respeito à história e novas ideias para o que acreditamos e construímos na Tauf.

Entre colunas, cúpulas e fachadas, não observamos apenas formas, mas a intenção de cada traço. Mais do que visitar, absorvemos. E neste editorial, quero compartilhar um pouco dessa experiência: um tour pelas catedrais que marcaram nossa jornada e que, de alguma forma, continuarão a ecoar em nossos projetos.

Duomo di Milano: o impossível em pedra

É quase inevitável começar por Milão. O Duomo, imponente e esculpido com mais de 3.400 estátuas, levou cerca de 600 anos para ser concluído. A construção iniciou em 1386, mas seu pináculo só foi finalizado em 1965. Em sua fachada, o mármore rosa de Candoglia muda de cor conforme a luz do dia. Subimos até o terraço, e lá de cima, Milão se revela moderna e clássica ao mesmo tempo, algo que queremos imprimir também nas linhas dos nossos empreendimentos: a atemporalidade que não envelhece.

Basílica de São Marcos, Veneza: ouro, reflexos e encontros

Ao chegar à Piazza San Marco, em Veneza, é impossível ignorar a grandiosidade da Basílica de São Marcos. Seu interior é coberto por mais de 8 mil m² de mosaicos em ouro, boa parte datados dos séculos XI ao XIII. Ali, percebemos como luz, textura e detalhes têm o poder de emocionar. Essa foi uma lição que carregamos ao pensar no acabamento de cada espaço que projetamos. Mais que uma catedral, São Marcos é um ponto de encontro entre o Oriente e o Ocidente, entre a arte bizantina e o gótico veneziano. Uma ponte entre culturas, assim como na Tauf buscamos unir referências globais ao aconchego de nossa casa.

Santa Maria del Fiore, Florença: a revolução arquitetônica

Em Florença, a Catedral de Santa Maria del Fiore não apenas marca o centro geográfico da cidade, mas também um marco da arquitetura mundial. A icônica cúpula de Filippo Brunelleschi, concluída em 1436, foi um feito da engenharia renascentista pois foi construída sem o uso de andaimes centrais, o que na época era considerado impossível. Há uma serenidade na escolha das formas, nos materiais usados e na relação com a luz natural. Uma elegância silenciosa, que inspira a forma como pensamos o espaço: com atenção ao que permanece, ao que acolhe, ao que atravessa o tempo com sobriedade.

Basílica de São Pedro, Roma: escala, arte e devoção

Roma, como sempre, nos faz olhar para cima. Dentro da Basílica de São Pedro, o olhar naturalmente se volta à cúpula desenhada por Michelangelo, um dos maiores ícones da arte sacra e do barroco europeu. Iniciada no século XVI, a basílica é um compêndio de obras-primas: Bernini, Bramante, Rafael, todos passaram por ali. A grandiosidade da escala e a perfeição dos detalhes nos lembram que, às vezes, é o gesto ambicioso que eterniza uma obra. E foi impossível não pensar: qual é o propósito que queremos eternizar em nossos empreendimentos? Talvez não seja o tamanho, mas a sensibilidade com que o espaço transforma a experiência de quem o habita.

Basílica de San Petronio, Bolonha: a beleza do inacabado

Entre todas as catedrais que visitamos, poucas surpreendem tanto quanto a Basílica de San Petronio, em Bolonha. Imensa, porém incompleta, sua fachada revela um contraste marcante entre o mármore trabalhado na base e o tijolo cru da parte superior. Um projeto grandioso iniciado em 1390, que jamais foi finalizado. E, talvez por isso seja tão singular. San Petronio nos ensinou que a imperfeição também pode ser bela. Que a matéria bruta tem potência. Que o inacabado é também um convite à imaginação.

Essa jornada pelas catedrais italianas não foi apenas uma viagem. Foi uma imersão em séculos de história, arte e técnica. Um lembrete de que a verdadeira sofisticação está nos detalhes, na coerência entre forma e propósito, na coragem de inovar com respeito à tradição.

Na Tauf, acreditamos que referências não se copiam, elas se absorvem, se ressignificam e se tornam parte do que construímos. Carregamos essas inspirações para criar espaços que resistem ao tempo, e não apenas pelas paredes, mas pelas experiências que proporcionam. Afinal, assim como as grandes catedrais, queremos deixar marcas que se sustentam no tempo com leveza, cuidado e propósito.

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